domingo, 24 de maio de 2009

Economia pra quantos?

Quando a tarefa é analisar sites ou blogs que tratam sobre um mesmo assunto, sempre fico na expectativa de me deparar com abordagens diversificadas, linguagens diferentes ou mesmo aplicações alternativas, que se adéquem e dialoguem com diferentes públicos e interesses.

Contudo, o que se vê frequentemente são repetições. Repete-se o noticiário da manhã; a crítica polêmica, seja ela bem fundamentada ou não; a fala do especialista (que é sempre o mesmo); a própria opinião, muitas vezes contaminada por boas doses de simpatia ou antipatia descabidas.

No caso do assunto “economia”, sei que existe a tentativa, por parte de alguns profissionais da área e principalmente jornalistas, de aproximar o assunto à população. Não é fácil, mas acredito que seja mais do que necessário.

Observando os blogs em questão (o da colunista Miriam Leitão e o “Economia Pura”), creio que muito ainda há de ser feito nesse sentido. Por mais que o “economês” venha sendo simplificado, as notícias sobre economia ainda são produzidas quase que exclusivamente para empresários e investidores entendidos do assunto.

“Economia Pura”, por exemplo, parece ser alimentado em muitos casos por matérias de veículos especializados. Apesar de algumas delas serem comentadas, ainda não trazem esse olhar diferenciado. Quanto a esses comentários, o fato de não saber exatamente quem era o "blogueiro" me incomodou e fez com que eu, inconscientemente ou não, lesse com certa desconfiança.

No blog da Miriam, o incômodo era outro. Seu tom “juíza” em alguns artigos incomoda. O uso, em alguns casos, de adjetivos e colocações carregadas por simpatias e antipatias, que parecem pessoais, não contribui para sua credibilidade, nem parece acrescentar pontos relevantes ao tema. Talvez ela tenha essa licença, já que estamos falando de artigos publicados em um blog, mas pela projeção que tem, creio que deveria ser mais cautelosa. Tentei ler os comentários (que chegam a ser muitos em alguns artigos), mas não estavam disponíveis.

“Miriam” e “Economia Pura” se encaixam na situação que mencionei no começo: falam da economia como ela sempre foi e continua sendo falada: para a elite, seja ela financeira ou intelectual.

Quando começaremos a escrever pensando nos diferentes públicos e em suas necessidades e interesses?

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