domingo, 24 de maio de 2009

Contextualizando para (tentar) entender

Quem tem mais leitores: Miriam Leitão ou João Aldeia? Qual escrita é mais acessível ao cidadão comum: a da brasileira ou a do português?

Existe resposta para essas perguntas? Objetiva e imediata, acredito que só para a primeira.

Antes de lermos qualquer texto, ainda mais quando este é publicado num espaço que permite ao autor, entornar seu ponto de vista (ou melhor, da subjetividade, para usar uma palavra já mencionada aqui neste blog), acredito ser importante conhecer o currículo (história?) de quem o escreve.

É aí que tudo se mistura. Miriam Leitão é jornalista. João Aldeia, licenciado em Economia. O poderia fazer esperar do segundo, um texto profundamente analítico, cheio de números, equações, combinações, balanços e teorias. E da jornalista, uma escrita que se aproximasse ao máximo do leitor comum, aquele que se sente pouco íntimo deste assunto tão complexo que é a Economia. Ou seja, um texto simples e de leitura rápida. Consequentemente, atrativo.

Mas o que se pode perceber (e o que também já foi falado por alguns aqui neste blog), em algum momento, é o contrário. A página virtual de Miriam Leitão apresenta um texto que requer um mínimo conhecimento prévio dos acontecimentos mundiais de ordem econômica e até mesmo política. Enquanto João Aldeia parece tratar em seu blog, Pura Economia, dos mesmos acontecimentos, de uma maneira coloquial, próxima do nosso cotidiano (ainda que utilize alguns recursos de não tão fácil entendimento, como gráficos e tabelas). Aquele internauta que anda por fora dos assuntos em pauta no universo econômico e político, não terá tanta dificuldade em compreender o que o autor escreve. E poderá, assim, atualizar e se informar ao acessar seu endereço virtual.

Será que vale pensar que, pelo fato de João Aldeia ter uma formação específica, ele tem também um cuidado maior no modo de levar todo seu conhecimento às pessoas? Talvez. Impossível não lembrar da ressalva (apontada também nos dois posts abaixo) feita pela professora do curso de Jornalismo, não uma jornalista econômica, e sim uma economista. “Economia é uma ciência social!”. Pode ser que isso faça com que todos estes profissionais tenham tal preocupação. E ao escrever e falarem desta ciência, tentem facilitar ao máximo a sua compreensão.

Outra questão que acredito ser válida apontar, refere-se ao tipo de linguagem adequado a cada veículo de comunicação. Miriam Leitão também atua em rádio, televisão e jornal. Costumo ouvir seus comentários na CBN. Ao conversar com o âncora do jornal da rádio, Heródoto Barbeiro, a jornalista também parece estar conversando com o ouvinte. O comentário tem um tom coloquial, e é, por isso, acessível ao cidadão comum. Eu sei que a CBN tem um público definido, e que não é todo mundo que escuta a rádio. Mas como este é, talvez, o veículo mais presente nos lares brasileiros, é importante que, assuntos não só como a Política e Economia, mas também, Saúde, Educação, até Cultura, sejam tratados, no rádio, de forma simples e clara. Pois quase toda família deve ter, pelo menos, um aparelho de pilha em cima da geladeira. E através dele, entreter-se e saber o que acontece no mundo.

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